segunda-feira, 28 de junho de 2010

MENOS GORDO E MAIS SAUDÁVEL


Nova técnica reduz obesidade sem cirurgia

Um novo procedimento pode ajudar pacientes obesos a perder peso e até evitar a cirurgia de obesidade, além de controlar o diabetes.

Trata-se de uma técnica endoscópica, que insere via oral uma espécie de revestimento de 62 centímetros no início do intestino delgado da pessoa.

Isso impede a absorção de comida naquela região.

O alimento, então, vai do estômago diretamente para a porção final do intestino.


A técnica vem sendo testada com sucesso há mais de um ano no Hospital das Clínicas de São Paulo em 78 pacientes, que perderam, em média, 30% do peso.

Uma redução de 10% já é considerada significativa pelos médicos.


A prótese colocada é de um material plástico maleável.

Ela é deixada no organismo por cerca de um ano. Nesse período, o paciente passa por reeducação alimentar e mudança de hábitos de vida, incluindo prática de atividade física.

Isso evita que ele recupere o peso perdido.


Obesos mórbidos

Todos os pacientes avaliados eram obesos mórbidos (tinham índice de massa corporal acima de 35), portadores de diabetes e doenças associadas.

Eles haviam se candidado à cirurgia bariátrica (de obesidade), porque não conseguiam perder peso com métodos não cirúrgicos.


Embora a nova técnica seja indicada para quem precisa perder peso antes da cirurgia de obesidade, alguns dispensaram a operação após o resultado obtido.

Além disso, 90% deles conseguiram manter o diabetes sob controle.

Os resultados mostraram que houve redução no uso de remédios pelos pacientes -20% deixaram de usar drogas antidiabéticas.

Os níveis de colesterol e triglicérides também se normalizaram.


Vida normal

O procedimento é feito com anestesia geral e dura de 15 a 20 minutos. O índice de complicações é baixo.

"Depois, o paciente leva vida normal, apenas toma suplementos vitamínicos para compensar os nutrientes que deixam de ser absorvidos", diz Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, um dos líderes do trabalho, diretor do serviço de endoscopia gastrointestinal do Hospital das Clínicas e professor de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP.

"Em dois anos, a técnica deve estar disponível e deve se tornar um furor", acredita.

A ideia da prótese surgiu nos Estados Unidos, mas lá só foi testada em animais. O grupo brasileiro é um dos três únicos do mundo a fazer pesquisas em pessoas.

"Possivelmente, vai ser um grande auxílio para esses pacientes, mas ainda não temos resultados a longo prazo", avalia Thomas Szegö, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

"A curto prazo, os resultados são muito interessantes."

Gabriela Cupani

domingo, 27 de junho de 2010

Autonomia para um estilo de vida ativo


Assumir uma postura ativa na prática de atividade físicas

É um fato legítimo as pessoas relacionarem as aulas de Educação Física à prática de atividade física, muito provavelmente porque é a disciplina que tem como princípio norteador o corpo em movimento.

Vivemos hoje, nas grandes cidades, um momento em que crianças e adolescentes passam horas presas dentro de casa em virtude da violência urbana, e por isso a Educação Física ganha nova importância social: estimular a prática da atividade física para combater o sedentarismo dos tempos modernos.

Como consequência, um dos mais relevantes papéis da Educação Física é, então, estimular o aluno à prática da atividade física regular, inclusive fora da escola.

Assim, essa disciplina atinge um de seus principais objetivos quando, ao final do ensino médio, o aluno sai preparado para continuar sozinho a prática de atividade física. Isso nós chamamos de “autonomia”.

Esse fator é tão relevante que o principal documento do Ministério da Educação, no que se refere à nossa disciplina, descreve dessa forma a autonomia como objetivo:

“Assumir uma postura ativa, na prática de atividades físicas, e conscientes da importância delas na vida do cidadão.”

Continuando a linha de raciocínio, ser preparado para a prática autônoma significa fazer a prática conscientemente. Para isso, existem alguns elementos que são importantes para que essa prática seja feita de modo apropriado:

A primeira providência é compreender o que é atividade física: trata-se de qualquer prática corporal, que feita de modo regular, fornece a sensação de bem-estar e permite a melhora e/ou manutenção da saúde.

A segunda é compreender que as atividades físicas são classificadas em dois grupos: o de atividades aeróbias e o das anaeróbias.

Atividades anaeróbias são caracterizadas por serem de curta duração e de alta intensidade, como a musculação, as corridas de curta distância e as provas de 50m e 100m de natação. Já as aeróbias são aquelas em que a intensidade não é tão forte e têm duração mais longa.

A caminhada, a corrida de longa distância e a maratona aquática são exemplos desse tipo de atividade. Os dois tipos de atividade são importantes para o indivíduo porque as atividades aeróbias melhoram as capacidades cardíaca e respiratória, enquanto as atividades anaeróbias promovem aumento da força e da massa muscular.

Outro fator é que o aluno deve ter consciência de que antes de fazer uma atividade física, ele deve fazer um aquecimento e, após o término, uma atividade de volta à calma.

A função do aquecimento é “avisar” ao seu corpo que ele irá movimentar-se além do normal, e isso deve ser feito por meio de atividades moderadas, que devem unir alongamentos e caminhadas e/ou corridas de baixa intensidade.

Essas atividades fazem com que o aluno “fique com calor”, pois promovem uma pequena aceleração do seu batimento cardíaco. A volta à calma, por sua vez, tem a função inversa: desacelerar o batimento cardíaco que foi aumentado durante a prática de exercícios físicos. Devem ser feitas atividades de caminhada leve, relaxamento e/ou alongamento.

Agora que você já sabe como deve se portar perante o exercício, não há mais desculpas para o sedentarismo: faça as aulas de Educação Física, vá a um parque aos finais de semana para jogar bola com seus amigos e leve sua namorada para caminhar pelo seu bairro. Você terá uma vida muito saudável e prazerosa.

Por Paula Rondinelli

sábado, 26 de junho de 2010

NOS INTERVALOS ENTRE OS TREINOS!!


Conheça a importância da recuperação ativa


Realizar atividades físicas de baixo impacto, como natação, ciclismo ou até caminhada pode ser muito útil para quem não quer se afastar totalmente do esporte nos dias de descanso

Nos dias de descanso das planilhas de treinamentos, é necessário fazer um processo de recuperação corporal. Para isso, muitos atletas tiram o dia de folga da corrida e o deixam sem nenhuma atividade física, para que, assim, o corpo possa se reabilitar. Mas fazer outro esporte neste período de pausa nos exercícios irá cancelar essa recuperação?

Ao contrário desta lógica, é bem proveitosa a realização de outras atividades durante este período. “Seria ideal se o atleta de corrida tivesse como fazer outra atividade nos intervalos entre treinos, pois elas melhoram a manutenção do corpo e também mudam o exercício que os corredores sempre praticam, não proporcionando mal-estar na corrida”, diz Paulo Rennó, diretor técnico da Paulo Rennó Assessoria Esportiva.

Benefícios para o atleta

Manter atividades extra-corrida pode significar completos benefícios para o atleta, como a ajuda na manutenção do condicionamento da parte cardiovascular, a não sobrecarrega da musculatura na corrida, ajuda na vascularização muscular para uma melhor recuperação muscoesquelética, e trabalho de certas partes da musculatura que não são trabalhadas durante as passadas.

“A melhor maneira de se recuperar é realizando um trabalho diferente do que está seguindo constantemente, sendo assim, melhorando a postura quando volta-se de um dia de descanso”, afirma Júlio Coelho, diretor técnico da Equipe Júlio Coelho.

Ponto indispensável durante a realização das atividades, a intensidade deve ser bem baixa para que não haja sobrecarga e, consequentemente, cancelamento do descanso que deveria ocorrer. O cuidado com a intensidade do exercício deve ser tratado com respeito pelo atleta.

Peridiocidade

Para começar um novo esporte durante a semana, enquanto faz a já planejada corrida, é preciso traçar que atividade será praticada e sua periodicidade na semana de treinamento. Os exercícios físicos e aeróbios mais indicados são aqueles com pouco impacto, diferentes da corrida. Entre eles estão a natação, hidroginástica, deep running, spinning, musculação, bicicleta e até aulas de alongamento.

“O contato com outros esportes é bem benéfico, já que cada um contém uma sensação distinta. Sentir outros prazeres faz com que o atleta se motive mais no que ele está disposto a realizar”, afirma Rennó.

A quebra de rotina pode acontecer de duas a três vezes durante a semana, podendo até variar de esportes nessas folgas, sendo mais proveitoso ainda. Realizar trabalhos em companhia de amigos pode também ser benéfico para a sociabilidade e na dispersão de problemas do dia-a-dia.

Por Maurício Belfante

sexta-feira, 25 de junho de 2010

APRENDA AQUI QUAL A DIFERENÇA!!

Saiba diferenciar fadiga de contusão

Pequenos incômodos na hora da corrida são normais. Quando essas dores persistem, orém, pode ser indício de que algo não vai bem. Veja as dicas de especialistas e saiba diferenciar quando o incômodo é apenas fadiga e quando significa uma contusão

Depois de uma prova ou um treino forte é comum o atleta sentir dores musculares em algumas regiões do corpo. Porém, como diferenciar se esses incômodos são originários de uma simples fadiga ou de uma lesão? Dúvida frequente entre os corredores, é possível confundi-los, já que são reações do corpo logo após o exercício físico e são bem parecidos em primeira estância.

O cansaço após a corrida acontece devido ao grande esforço no exercício, que deixa o atleta incapacitado de correr durante algum tempo, impossibilitando movimentos de impacto. A dor deixada por ela, entretanto, é diferente da decorrente de uma lesão, como explica o fisiologista esportivo Raúl Santos de Oliveira.

“A lesão é subsequente de um progresso de fragilização da musculatura e de rompimentos de tendões, ligamentos, etc. Contudo, ela se consiste na predominância de dor, onde é bem notável a sua presença, não possibilitando qualquer tipo de movimento”, afirma.

Porém, mesmo que tenha uma diferença significativa entre ambos, não é possível um diagnóstico rápido para a situação, tendo que esperar horas para saber exatamente o que pode ter acontecido com o corpo.

O incômodo depois do exercício podem significar três diferentes aspectos: fadiga, micro-lesão e lesão. O primeiro ocorre por causa do excesso do exercício físico, ou até por não dormir bem ou estar com o estresse muito elevado. Esse sintoma só dura três horas, sendo que depois de passado o tempo, o cansaço é descartado.

A micro-lesão ocorre por forçar os limites na corrida, deixando o músculo mais sensível, frágil e também dolorido, tornando seus sintomas aparentes depois de cinco horas da corrida. Entretanto, Oliveira recomenda: “passar dos limites (de vez em quando) é a única forma de o atleta crescer e sentir-se bem na corrida, mesmo que tenha um pouco de dor”.

Já a lesão é digna de um tratamento mais efetivo, sendo tratada através de cirurgia, fisioterapia e antibiótico, em alguns casos. É possível o atleta ficar parado, sem correr, de sete meses a um ano.

Recomendações

É altamente recomendável que o atleta tenha orientações médicas ou de profissionais responsáveis ligados à área de educação física, e, caso sinta algum incômodo, procurar um médico rapidamente.

“Quando sentir qualquer tipo dor, pare imediatamente e tente se recompor, pois é melhor prevenir do que remediar”, alerta Levi Torres, diretor técnico do Treinamento Esportivo Sandro Performance, que ainda completa.

“É importante que o atleta não corra sem fazer aquecimento, já que é preciso que tenham um corpo em perfeito estado para a prática da corrida”.


Além disso, outros fatores podem servir como prevenção, como o uso de equipamentos adequados, aquecer e alongar perfeitamente e com cuidado redobrado, hidratar-se bem e respeitar os seus limites individuais, como distância e tempo.

Por Maurício Belfante

quarta-feira, 23 de junho de 2010

COMPORTAMENTO PESSOAL E DOENÇAS TUDO A VER??


Pessoas culpam a genética por problemas de saúde, diz estudo


Um estudo realizado nos Estados Unidos indica que as pessoas que mais se beneficiariam ao mudar seus hábitos diários - parar de fumar, fazer exercícios físicos e ter uma dieta mais balanceada, por exemplo - costumam ignorar esse fato e colocam a culpa na genética.

As informações são do Live Science.
De acordo com os cientistas, cerca de 2 mil adultos saudáveis participaram do estudo.

Eles tiveram pesquisados fatores de risco - como dieta, prática de exercícios físicos, consumo de cigarro e álcool, exposição ao sol, uso de multivitamínicos e índice de massa corporal -, histórico familiar, suas crenças sobre os problemas de saúde mais comuns e sua informações sobre o que afeta mais a sua saúde.


O estudo partiu do "tsunami" de informações gerado pela pesquisa do genoma humano.

Os cientistas afirmam que queriam entender como as pessoas encaravam a quantidade de informação gerada por essas pesquisas - como a suscetibilidade genética a alguns problemas de saúde - e temiam que as pessoas culpassem a genética e não seus hábitos pelos problemas mais comuns - como estar acima do peso.


Segundo a pesquisa, a maioria dos participantes indicou que fatores de comportamento são mais importantes que a genética na causa das oito doenças mais comuns que podem ser prevenidas (diabetes, osteoporose, problemas de coração, pulmão e cólon, alto colesterol, hipertensão e câncer de pele).


Por outro lado, os participantes que tinham mais hábitos de risco tendiam mais a ignorar seus comportamentos e culpar a genética. Segundo os pesquisadores, uma explicação para isso seria que essas pessoas achavam no DNA uma desculpa para não mudar seus hábitos.

"Também pode significar que eles tentaram seguir conselhos comuns sobre seus hábitos, mas isso não teria funcionado para eles, ou eles estão cansados de ouvir os conselhos da família, amigos, médicos e da mídia", diz Suzanne O¿Neill, da Universidade de Georgetown, à reportagem.


Suzanne afirma ainda que, com exceção de doenças hereditárias, comparado com a genética, o comportamento é "uma parte muito importante, talvez mais importante" no desenvolvimento das doenças mais comuns.

"Contudo, nós realmente ainda não temos certeza disso", diz a cientista.


Forte Portal Terra



terça-feira, 22 de junho de 2010

COBRAR MAIS IMPOSTOS AJUDA??

Aumento no preço de refrigerantes pode reduzir obesidade nos EUA

Segundo pesquisadores norte-americanos de Harvard, elevar o preço dos refrigerantes com açúcar pode fazer com que os consumidores procurem bebidas mais baratas e saudáveis.

Eles informaram na quinta-feira (17) que ao elevar em 35% o preço de uma lata de refrigerante na lanchonete de um hospital de Boston, as vendas das bebidas caíram 26%, o que mostra evidências de que a adição de um imposto sobre elas pode levar os consumidores a melhores escolhas.


A obesidade eleva em cerca de US$ 147 milhões por ano os custos do sistema de saúde dos EUA. Diversos Estados, como Nova York e Califórnia, subiram os impostos sobre os refrigerantes para cobrir o custo de doenças relacionadas à obesidade.


"A obesidade atingiu níveis epidêmicos. É um problema extremamente difícil e complicado", disse Jason Block, cujo estudo foi publicado no "American Journal of Public Health".


Ele disse que os refrigerantes têm sido cada vez mais reconhecidos como um dos principais contribuintes para o crescimento da obesidade no país.


No mês passado, a primeira-dama Michelle Obama anunciou um plano de 70 pontos para reduzir a obesidade infantil, que pediu uma análise do impacto dos impostos sobre o consumo local de vendas de alimentos menos saudáveis.


O consumo de açúcar em grandes quantidades não só torna as pessoas mais gordas, como também aumenta o risco de diabetes, doenças cardíacas e derrame, segundo a Associação Americana do Coração.


"Refrigerantes normais representam cerca de 7% de todas as calorias consumidas nos Estados Unidos," disse Block em entrevista por telefone.


Para o estudo, a equipe do pesquisador aumentou o preço de uma lata de refrigerante em US$ 0,45 ou 35% na cafeteria no hospital Brigham and Women, da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard e, em seguida, mediram o efeito sobre as vendas.


"Descobrimos que o aumento do preço levou a um declínio de 26% nas vendas dos refrigerantes normais", contou Block.


Em vez de comprarem uma bebida energética ou um suco de frutas, as pessoas aumentaram o consumo de bebidas dietéticas ou café durante o período do estudo, disse ele.


A equipe comparou o efeito do aumento de preços a uma campanha educativa, em que divulgaram cartazes e informações sobre a perda de peso e a necessidade de cortar o consumo de bebidas adoçadas.


Segundo Block, a campanha não teve nenhum efeito sobre os hábitos de compra das bebidas.


Ele disse que o estudo que sugere um aumento de preços deve ser uma alternativa para avaliar as opções para tratar a obesidade nos Estados Unidos.


"Há uma série de propostas para cobrar impostos sobre refrigerantes. Eu acho que é uma discussão importante. O estudo mostra indícios de que a medida poderia funcionar para reduzir as taxas de consumo", diz Block.


A American Beverage Association, um grupo comercial, cujos membros incluem a Coca-Cola Co, Pepsico Inc, e Dr Pepper Snapple Group, opõe-se veementemente a tais impostos e diz que o refrigerante com açúcar não é o único fator de risco para a obesidade ou doenças cardíacas.


Da Reuters -
Fonte: Folha.com

sexta-feira, 11 de junho de 2010

HIDRATAR PARA NÃO PREJUDICAR!!


Termorregulação e complicação pelo calor na prática esportiva de futebol

Os seres humanos são criaturas homeotérmicas e regulam a temperatura corporal dentro de uma faixa estreita ao longo de suas vidas.

Quando o calor é gerado pelo aumento da atividade metabólica, são geralmente bem sucedidos na manutenção de um estado térmico estável para ativação de mecanismos de perda para dissipar o calor em excesso.

Entretanto, em um ambiente quente e úmido, exige-se mais stress da capacidade humana de manter a estabilidade fisiológica durante o exercício, devido a uma diminuição no gradiente térmico e de pressão de vapor da água entre o corpo e o meio ambiente – deteriorou-se, assim, a troca de calor.

As pessoas que se exercitam no calor enfrentam problemas potenciais, como os males de calor e diminuição da performance. Durante a atividade física, os músculos geram grande quantidade de calor, que deve ser dissipado para o ambiente; do contrário, poderá ocorrer um aumento da temperatura corporal.

Essa produção de calor pelo músculo é proporcional à intensidade do trabalho, para que tantas as atividades de curta duração e alta intensidade (tais como as corridas recreativas de 5 ou 10 km), como as de longa duração e baixa intensidade (por exemplo, o corredor da maratona) são um risco.

Praticante de futebol, que têm muitas corridas de curtas distância por um longo tempo, podem estar correndo sérios riscos de saúde.

A sudorese é uma resposta fisiológica que tenta limitar o aumento da temperatura central, colocando água na pele para sua evaporação.

No entanto, se a perda de líquido não é compensado pela ingestão de fluidos, ele irá deteriorar-se na regulação da temperatura, do desempenho e possivelmente na saúde. Portanto, o desafio é duplo: para dissipar o calor em excesso no meio ambiente de forma eficaz e evitar chegar a um estado de desidratação.

Consequências do calor e a desidratação

A combinação da atividade física com o estresse térmico representa um desafio considerável para o sistema cardiovascular humano. Além disso, se a perda de líquidos pelo suor é mais rápida que a reposição de líquido, o indivíduo está em um processo de secagem. Hipoidratação prejudica muitas variáveis fisiológicas durante o exercício.

A consequência direta da hipoidratação combinada com o estresse térmico é um desempenho físico diminuído como resultado da incapacidade do sistema cardiovascular de manter o ritmo cardíaco. Essa queda é consequência da diminuição do volume sistólico, devido ao menor volume de sangue e de enchimento ventricular reduzida, tal que não pode ser compensada pelo aumento da frequência cardíaca.

Há também uma relação linear direta entre o nível de hipoidratação e temperatura corporal central, já que a hipoidratação danifica a função de termorreguladora, o que torna o exercício no calor ainda mais difícil.

Hipoidratação é ter um impacto progressivamente negativo no desempenho do exercício, mesmo em níveis tão baixos, como 1%, 2% ou 3% do peso corporal. Parece que o estresse térmico ambiental não só desempenha um papel importante em si, mas também acentua a redução da potência aeróbica máxima que ocorre hipoidratação.

Além disso, o tempo de exercício até a fadiga a intensidades submáximas é mais curto quando o exercício é no calor e é mais freqüente – nesse caso, ocorre uma influência negativa sobre hipoidratação em prolongados esforços aeróbicos, do que em tarefas anaeróbicas de curto prazo.

O efeito negativo da hipoidratação sobre a função de termorregulação aumenta o risco de exaustão pelo calor e insolação, dois problemas relacionados às altas temperaturas. A insolação é uma condição séria que poderia ser fatal, portanto, deve ser evitada e em caso de necessidade de ser tratadas imediatamente pela equipe médica, cujo principal objetivo é diminuir a temperatura do núcleo do sujeito.

Também têm sido associadas algumas complicações da função renal com hipoidratação e alta temperatura central do corpo durante o exercício no calor. Finalmente, um problema bastante comum são chamados grampos de calor ou cãibras musculares relacionadas ao exercício.

Essas contrações involuntárias, dolorosas e espasmódicas do músculo esquelético que ocorrem durante ou imediatamente após o exercício muscular são freqüentemente associados com sudorese profusa e perda de eletrólitos durante o exercício no calor.

Efeitos do ambiente sobre a termorregulação

Foi mencionado antes que o corpo da produção de calor durante a atividade física está diretamente relacionado à intensidade do exercício. A capacidade de dissipar o calor depende da transferência de calor do núcleo do corpo para a pele, roupas e estresse térmico ambiental.

O estresse térmico ambiental que é colocado um indivíduo depende da temperatura do ar, velocidade do vento, umidade relativa e radiação solar. Há uma combinação prática de um índice ambiental estresse térmico é a temperatura e Wet Bulb Globe (WBGT por sua sigla em Inglês).

O American College of Sports Medicine (American College of Sports Medicine, ACSM) estabeleceu diretrizes para corredores de longas distâncias vestindo shorts, camiseta e tênis, em termos de risco de problemas de calor: se o WBGT é superior a 28 º C há um risco muito alto, quando o WBGT é entre 23 e C 28, o risco é elevado. Um índice de ITGU de 18-23 ° C indica um risco moderado, e se WBGT

O risco de problemas de calor também é aumentado quando o WBGT atinge valores extremamente elevados, comparados com as atletas que praticam esporte em temperaturas normais.

Hidratação

Os atletas e praticantes de futebol podem manter o nível de hidratação normal e equilibrado, ingerindo bastante líquido antes, durante e após a atividade física.

A capacidade de compensar a perda da reposição hídrica é limitada pelas taxas máximas de ingestão e esvaziamento gástrico e absorção intestinal. Sob condições de calor e umidade, a taxa de suor pode facilmente ultrapassar estes limites.

Há décadas sabemos que quando atletas se exercitam e suam não se substituiem todos os líquidos perdidos pela transpiração, mesmo com acesso ilimitado ao líquido.

Isso é chamado de desidratação voluntária e se acrescentarmos que no futebol não há quebra nenhuma regulamentada para hidratar durante um jogo, é um risco ainda maior de desidratação em atletas.

Embora seja verdade que os atletas podem se adaptar aos desafios fisiológicos da atividade física e estresse por calor progressivamente aumentando o seu nível de atividade e exposição ao calor, não há nenhuma evidência para mostrar que é possível adaptar-se a hipoidratação. Na verdade, a hipoidratação limita os benefícios de aclimatação.

O exercício sem beber líquidos pode ser muito machista e fortalecer a vontade, mas faz danos graves ao corpo.

Complicações geradas ao organismo de atletas na prática de futebol em condições de calor extremo


Existem cinco tipos de complicações por calor durante uma partida de futebol:


- Edema por calor: aumento da temperatura corporal na pele devido à oclusão temporária dos poros e glândulas sudoríparas. Frequente em atletas não aclimatados ao ambiente.

- Câimbras por calor: são espasmos musculares involuntários devido à perda de eletrólitos no sangue e tecidos musculares, devido à alta transpiração.

- Sincope por calor: perda temporária de consciência, tonturas e desmaios por exposição prolongada ao calor

- Exaustão de calor: essa é a falha do sistema circulatório devido à perda de grandes quantidades de fluidos. Dilatam os vasos sanguíneos, o fluxo sanguíneo é seriamente reduzido devido ao aumento da viscosidade do sangue.

Tudo isso resulta em fadiga, desempenho físico quase zero, náuseas, tonturas, dores de cabeça, visão turva, sudorese profusa, pele fria, perda de consciência, hipotensão, taquicardia, taquipnéia, má coordenação, anorexia, diarréia e excreção urinária diminuída.

- Insolação: o mecanismo de termorregulação hipotalâmico falha e para a transpiração. A temperatura corporal aumenta drasticamente e a condição do atleta tornam-se uma grave emergência médica.

O atleta é incapaz de inverter esse estado clínico e pode morrer se a assistência médica não é dada imediatamente. Quadro clínico grave é quando a perda de consciência, convulsões, coma, secura da pele quente, atrial, acidose láctica e à morte.

Conclusão e recomendações para diminuir os riscos de saúde e fadiga por calor durante a prática de futebol

1. Não marcar jogos ou treinamentos em horários em que a temperatura atmosférica pode ultrapassar os 28º C;

2. Os atletas devem contar com exames médicos completos e minuciosos antes de começar qualquer plano de treinamento em condições de clima quente;

3. Criar mecanismos de regulação da hidratação durante os treinamentos dos atletas;

4. Ter recursos médicos para tratar uma emergência, se necessário;

5. Utilizar bebidas esportivas para se manter hidratado;

6. Criar hábitos de hidratação adequada dos jogadores;

7. Utilizar roupas leves de cores claras que permita uma transpiração apropriada;

8. Educar treinadores, atletas e dirigentes na gestão da prática do futebol em condições extremas de clima quentes, de lugares apropriados, altura, etc.

Texto: Alfredo Gomes & Norton Cassol

quinta-feira, 10 de junho de 2010

NEM TUDO É QUALIDADE!!


Atividade física não se relaciona com qualidade de vida

A prática de atividades físicas não se traduz, necessariamente, em mais qualidade de vida. É preciso avaliar o tipo de atividade e as circunstâncias em que ela é praticada.

Essa relação foi o tema de um estudo de doutorado defendido pela professora Ana Lúcia Padrão dos Santos, em agosto último, na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, sob orientação do professor Antônio Carlos Simões.

A relação entre atividade física e qualidade de vida a princípio pode parecer óbvia, mas a pesquisa mostrou o contrário. Ana Lúcia explica que é fácil cometer equívocos quando se estuda esses dois temas sem o rigor acadêmico em relação aos conceitos.

“Estudamos qualidade de vida segundo um conceito científico, pois ela pode ser avaliada sob inúmeros aspectos e ser relacionada a diferentes motivadores. Já na atividade física, usamos uma abordagem mais ampla, considerando-a como todo movimento feito por uma pessoa no período de 24 horas” esclarece.

Ana Lúcia entrevistou 228 universitários, sendo 59 homens e 169 mulheres, com idade média de 28,7 anos, todos voluntários de uma instituição de ensino superior privada. A avaliação foi comparar os entrevistados com altos índices de qualidade de vida com aqueles que tinham um alto índice de gasto energético ao longo do dia.

A pesquisa avaliou os entrevistados numa escala científica que mostra o quanto uma pessoa é ativa fisicamente.

Pedimos ao entrevistado para preencher um questionário respondendo quantas horas por dia ele realiza diversas atividades, como dormir, assistir televisão, varrer o chão, caminhar, cuidar do jardim, subir escadas, fazer exercícios na academia, correr, jogar futebol, entre outros” explica a pesquisadora.

A qualidade de vida, segundo o método utilizado na pesquisa, pode ser avaliada sob quatro domínios principais: saúde e funcionamento; sócio-econômico; psicológico e espiritual; e familiar.

Em diversas sociedades esses componentes pesam de formas diferentes. “De um modo geral, a qualidade de vida é avaliada segundo o que é importante para a pessoa pesquisada”, esclarece Ana Lúcia.

O resultado foi que os dois índices não coincidiram. As análises mostraram que não houve relações estatisticamente significativas entre os diferentes níveis de atividade física e os índices de qualidade de vida no grupo pesquisado.

O gasto energético, pura e simplesmente, não se traduz necessariamente nos domínios de qualidade de vida estudados.

“Por exemplo, durante a revisão da literatura existente, pesquisamos um estudo que mostrava pessoas que trabalham muito em trabalhos intelectuais [pouca atividade física].

Elas têm maior salário e maior qualidade de vida” conta a professora, “mas isso não significa o contrário, ou seja, que pessoas que praticam atividades físicas tenham menor qualidade de vida”.

Equívocos conceituais

O tema qualidade de vida é um assunto muito falado na sociedade, mas pouco estudado cientificamente.

“Existem muitas confusões. A qualidade de vida é um termo multidisciplinar, podendo ser associada ao salário, ao prazer da profissão ou à prática de atividades físicas” explica Ana Lúcia.

“Ela não pode ser analisada isoladamente, ou seja, existem vários fatores que pesam para compor a qualidade de vida.”

Para a professora, o questionário é importante porque os próprios entrevistados não têm noção se fazem ou não atividades.

“Por exemplo, um deles respondeu que não fazia atividades físicas pois ficava muito cansado com seu trabalho como carteiro, ou seja, ele praticava muita atividade física, mas não sabia disso”.

Atividade e exercício físico

A pesquisa distinguiu o que é exercício físico e atividade física. Fazer um exercício físico voluntariamente, como praticar um esporte ou fazer academia, cientificamente, é diferente de simplesmente gastar energia caminhando para ir ao trabalho ou subindo escadas.

É preciso considerar o tipo de exercício físico que a pessoa está praticando, por isso consideramos a atividade física num conceito mais amplo”, explica Ana Lúcia. Segundo a professora, é preciso esclarecer os conceitos do estudo com um certo rigor científico, para que não haja interpretações equivocadas sobre a pesquisa.

Texto: Paulo Roberto Andrade

quarta-feira, 9 de junho de 2010

IMPULSIVOS, AGRESSIVOS E ANSIOSOS


Uso de anabolizantes pode causar alterações cerebrais

Anabolizantes frequentemente diminuem a produção de receptores de serotonina em regiões do cérebro relacionadas ao controle da agressividade.

A serotonina, uma substância responsável por controlar emoções fortes, não pode passar suas informações de um neurônio para outro sem o receptor.

Por isso, usuários de “bombas” têm grande chance de se tornarem mais impulsivos, agressivos e ansiosos.

Essa é a conclusão de uma pesquisa feita com camundongos no Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) pelo biólogo Guilherme Ambar.

A dissertação de mestrado é o primeiro estudo a mostrar que o uso de anabolizantes altera a maneira que a informação genética é trascrita em diversas áreas do cérebro.

Ambar foi orientado pela professora Silvana Chiavegatto, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

O estudo teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“O anabolizante nandrolona (conhecida no Brasil por Deca-durabolin) em dose muito altas interferiu no sistema da serotonina”, resume Silvana. “Por isso, a agressividade pode ter um componente molecular”.

Para a serotonina atuar no cérebro, ela precisa de proteínas receptoras. Como primeiro passa para fabricá-la, os neurônios produzem o ácido RNA mensageiro.

Ambar percebeu que a quantidade de RNAs mensageiros produtoras desses receptores de serotonina era entre 37% a 66% menor em camundongos que receberam anabolizantes.

Para realizar a pesquisa, Âmbar criou dois grupos de camundongos em condições idênticas. A partir do terceiro mês de vida, quando os camundongos já são adultos jovens, um dos grupos recebeu o anabolizante nandrolona por 28 dias.

As doses foram semelhantes às usadas em academias — 10 a 100 vezes maiores do que as utilizadas pelos médicos em tratamentos.

Depois desse período, Ambar analisou os neurônios de três regiões do cérebro: hipocampo, hipotálamo, córtex pré-frontal e amígdala.

Menos receptor, mais agressividade

A partir do 16° dia recebendo injeções diárias de nandrolona, os animais foram submetidos a uma série de testes de comportamento.

Camundongos que receberam o anabolizante tiveram mais sinais de ansiedade em situações desconhecidas, foram mais impulsivos e mostraram maior agressividade.

Para medir a agressividade, os pesquisadores colocaram mais um camundongo na gaiola das cobaias e observaram as reações.

Cerca de 75% dos camundongos que receberam anabolizantes atacaram o intruso nos primeiros 15 minutos, enquanto somente 30% do outro grupo atacaram.

Os animais que tomaram nandrolona também agrediram de forma mais impulsiva: eles demoraram, em média, 400 segundos para atacar o intruso; a média do outro grupo foi de cerca de 700 segundos.

Nos testes, os camundongos que tomaram anabolizantes também se mostraram mais ansiosos. Cada animal foi colocado num labirinto em forma de cruz, com áreas cobertas e descobertas.

Camundongos que receberam nandrolona fugiam mais rápido do que os outros animais para as áreas protegidas.

“Os animais se comportaram como as pessoas que abusam de anabolizantes”, explica a professora Silvana Chiavegatto, orientadora de pesquisa. “Camundongos têm no cérebro um sistema para controlar emoções parecido com o nosso.

Por isso, há fortes indícios de que os anabolizantes podem mudar a expressão de genes também no cérebro humano”.

Segundo informações do Centro Brasileiro de Drogas Psicotrópicas (CEBRID), o Deca-durabolin é um dos anabolizantes mais utilizados no País.

Um levantamento do Centro realizado em 108 cidades em 2005 mostra que 0,9% da população já utilizou anabolizantes alguma vez.

Os maiores consumidores são homens entre 17 e 34 anos e o uso é maior na região Sudeste. O uso de anabolizantes aumentou 201 % (triplicou) entre 2001 e 2005.

Texto: Nilbberth Silva